22 março 2008

G1 traz dicas para economizar água em casa

Consumo médio diário de água no país é de 200 litros por pessoa. ONU aponta consumo de 180 litros como suficiente ao ser humano
Nos grandes centros urbanos do país e cidades com mais de 120 mil habitantes, o consumo de água pode chegar a 320 litros por dia, por pessoa. Os números, divulgados pela H2C - Consultoria e Planejamento de Uso Racional da Água, apontam para dados alarmantes lembrados neste sábado (22), o Dia Internacional da Água.
Segundo o engenheiro Paulo Rogério Costa, consultor e especialista em programas de racionalização de consumo de água, o pior exemplo é a cidade de Brasília, que, no período de um dia, chega a registrar um consumo de mil litros de água por pessoa.
Segundo referência da Organização Mundial de Saúde (OMS), o ser humano precisaria de apenas 40 litros por dia. Mesmo pelo parâmetro da Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo de uma pessoa deveria ser de 180 litros por dia. Então nossos números são absurdos”, destaca.
Ainda de acordo com Costa, a média de consumo do brasileiro é de 200 litros de água por dia. E essa redução não resulta de campanhas de conscientização nem de investimentos públicos no setor, mas de falta de acesso à água. “Para cada R$ 100 milhões gastos em saneamento básico, são economizados R$ 300 milhões na área da saúde. Não é possível que ninguém enxergue isso”, diz.
Consumida em excesso, até água pode matar
Substância é fiel da balança no equilíbrio de trocas das células vivas. Em dose exagerada, ela pode romper membranas celulares e inutilizar o cérebro.
Morrer por ingestão excessiva de água não tem nada de sobrenatural. Literalmente qualquer substância, se absorvida em excesso pelo organismo, pode ser fatal. Como dizia o médico renascentista Paracelso (1493-1541), a diferença entre veneno e remédio é apenas a dose. O termo médico usado hoje para designar isso é “dose letal” – normalmente considerada a dose necessária para matar 50% das pessoas submetidas a ela.
A água é um exemplo clássico. Essencial para o funcionamento de todos os organismos vivos e do corpo humano, no qual é a substância mais abundante (cerca de 70% do nosso peso), ela está misturada a uma série de componentes no sangue. Desses, alguns dos mais importantes são os íons (átomos eletricamente carregados) de sódio e potássio.
Presentes numa proporção que é mantida mais ou menos fixa por mecanismos reguladores, os íons ajudam a controlar a entrada e saída de substâncias da célula. O excesso de água no organismo, se não for eliminado pela urina ou pela transpiração, por exemplo, destrói esse equilíbrio. Os íons ficam muito mais dissolvidos do que o normal, e isso força as células a absorver mais água do que deveriam. Elas inflam e podem simplesmente estourar, como um balão cheio de líquido. Nesses casos, a morte normalmente é causada por um equilíbrio desse tipo que afeta o sistema nervoso central, principalmente o cérebro.
Os sintomas iniciais de que um envenenamento por água incluem tontura, vômitos e dor de cabeça. Mais tarde acontecem edemas cerebrais, coma e finalmente a morte.
Qual a dose necessária para causar um problema desses?
A chave é o consumo rápido e ininterrupto. Dois ou três litros podem ser suficientes nesse caso, especialmente se a vítima não tiver a chance de urinar e se livrar do excesso de água. Maratonistas e soldados em marcha forçada são as principais vítimas do fenômeno, e por isso recomenda-se que eles bebam água equilibrada com quantidades adequadas de íons. A susceptibilidade, porém, como em qualquer outro problema de saúde, varia de pessoa para pessoa.

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